Sou
expansiva demais. Nada do que sinto eu consigo deixar guardado dentro de mim.
Tudo precisa sair de alguma forma. Seja como arte, lágrimas, gritos ou
desespero. Ou de todas essas formas juntas, também. Não consigo sentir menos.
Não consigo expandir menos. Não consigo me importar menos. Não consigo ser
menos intensa. É tudo. É muito. Dói. Dilacera. E eu fico com medo, tremendo de
tristeza e raiva, querendo desistir (às vezes antes mesmo de começar).
Preciso
mais do que nunca ser compreendida, não julgada. E na maioria das vezes é o
contrário que acontece. É mais fácil apontar o dedo do que oferecer o abraço.
Um tão simples abraço. E que seria maior do que tudo para mim. É tão difícil
sonhar sozinha, acreditar sozinha, perseguir sozinha. É tão triste ter que
viver mergulhada dentro da realidade da qual tanto quero fugir. É tão triste
não ter outra escolha a não ser respirar fundo e aceitar a rotina desgostosa do
presente enquanto posso apenas sonhar com o futuro.
Ainda
assim, eu não abro mão dos meus sonhos. Ainda assim, eu não vou parar jamais de
persegui-los. Sem eles eu não sou nada. Sem eles eu não sou ninguém. Não quero
mais nada além deles. Não quero nenhuma vida que seja diferente dessa pela qual
tanto batalho. Nenhum outro caminho além desse, vezes alegre vezes doloroso,
seria capaz de me fazer feliz.
-Milena Farias
Instagram: @ aquiloqueeununcafalei