(Imagem: Tumblr)

Já tem um tempo que não te vejo, mas isso não quer dizer que eu sinto tua falta. Nem dá pra notar sua ausência. Também não gosto de ti, na verdade nunca cheguei a esse ponto. É que eu gosto de imaginar cenas e diálogos inexistentes e impossíveis e, como você foi o último a dar o ar da graça pelas redondezas dessa bagunça, se tornou o protagonista das imaginações. Continuo te observando, mas de longe. Sei que está bem e que a vida têm sido gentil. 
Às vezes, mas só às vezes, gostaria de poder comemorar essas vitórias contigo. Gostaria de poder dizer que mereceu cada uma delas pelo que pude acompanhar dos teus esforços. Mas eu não acompanhei. Nosso silêncio gritou mais alto antes que isso se tornasse possível. E nós optamos por continuar silenciosos. Não sei se alguma vez cheguei a acreditar que pudéssemos ser barulho. Quis que fôssemos, admito. Mas meu sexto sentido logo avisou que era melhor parar de inventar, de confabular. Porque não valia a pena. 
O problema maior em abandonar todos os episódios já com roteiro, era o fato de você ser exatamente como eu descrevia o "meu tipo". O fato de que você ainda é. A idealização personificada. Talvez, para não ser imparcial, o problema também seja eu. Que desejo uma aparência e uma personalidade incapazes de habitarem uma mesma pessoa. Uma aparência e uma personalidade que não se condizem. Se contradizem.
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