Preciso
aprender que as pessoas não são minhas só porque quero que sejam. Por mais que
eu queira que sejam. Só porque imagino cenas e diálogos com elas. Só porque me
iludo imaginando que, algum dia, no futuro, nossas vidas possam se cruzar. Não
posso sentir ciúme do que não me pertence. Nunca pertenceu. E eu sempre soube
disso. Mas é que eu gosto de romantizar. Gosto de trazer os romances que leio
para a vida real, imaginando ser o “nunca senti isso por alguém antes” de
alguma pessoa. O “mudei por você” de alguém. E isso normalmente não acaba bem.
Não para mim.
Tenho
a mania de conhecer a pessoa exatamente do jeito que ela é e, ao invés de
aceitar seu jeito, fico pensando que irá mudar. Espero por isso. Torço. Uma
espera que parece não ter fim. Só que a pessoa não vai mudar. Não quer. Nem tem
por que. E, então, não passo de mais uma esbarrada pelo caminho. E, claro,
depois de mim haverá outras esbarradas. Preciso aprender a não odiar cada uma
delas que apareceu depois de mim. Preciso parar de deixar isso me fazer mal.
Porque não vale a pena. É um sentimento ruim que não precisa ser sentido.
Desnecessário. Sem motivo. De graça. Preciso aprender a deixar o lance do
carinha mudar pela mocinha apenas dentro dos livros. O quanto antes.
-Milena Farias
Instagram: aquiloqueeununcafalei