(Imagem: Pinterest)

Recordo de quando comecei a oscilar na sensação de um vazio que não sabia se preferia ser preenchido ou continuar tal como era, vazio. Lembro de assistir o clipe de Finally Found You do Enrique Iglesias e sentir inveja dos personagens que, desde bastante jovens, já tinham "aquela pessoa". Já tinham em quem pensar. Com quem confabular. 
Naquele momento, eu sentia falta disso. Naquele momento, achava que era importante. Que se fazia necessário. Eu não sabia como era ir ao cinema com alguém. E queria descobrir. Em encontros com amigas só as ouvia falar das "pessoas delas", e eu estava cansada de apenas escutar. Também queria poder falar. Não sabia como era ficar nervosa vendo um certo nome surgindo na barra de notificações. 
Não sabia como era ficar embaraçada quando a família começasse a fazer perguntas. Agora, lembrando disso, gostaria de poder voltar no tempo e fazer aquela minha versão mais jovem entender que viver esses momentos é bom, sim, mas que não precisava dar tanta importância assim. Que não precisava diminuir a mim mesma na esperança de acabar com as dúvidas e inflar o ego de quem fingiu que me daria as respostas. 
Que não devia acreditar em tudo que disseram e que não tem problema ter uma barreira, mesmo que facilmente rompida, protegendo a si mesma da decepções que estavam por vir. Lembrando disso, fico também orgulhosa da pessoa diferente que me tornei.
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